13 julho 2010

letargia

Uma pessoa apaixonada perde a vontade de fazer qualquer coisa  que não seja amar.
Os desejos perdem sentido, os sonhos diminuem, os anseios somem.
Por um curto espaço de tempo, o apaixonado esquece de sua humanidade e não atribui outro valor à vida se não o de dedicar-se fielmente ao ser amado.
É uma entrega de corpo, alma, pensamentos, ações e sentidos.
Parece não haver energia suficiente para as atividades do cotidiano, pois toda a carga disponível é gasta em longas horas definhando
sobre todas as situações possíveis e impossíveis. Algumas jamais chegarão a acontecer.
É uma espécie de letargia boa.
Nada mais soa tão interessante. Mas quando a pessoa surge no campo de visão, todos os sentidos voltam à tona e se concentram especialmente em observá-la atentamente, comparando o real ao projetado, apenas confirmando, a cada momento, o quanto ela é apaixonante.
É divertido, bobo, com um quê de triste. Mas é a realidade não controlável de alguém que perde toda a racionalidade e pensa estar com a situação sob controle quando, na verdade, seus sentimentos podem domá-lo como o mais dócil dos animais.

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