No dia que vi o filme ganhador do Oscar, o que mais me chamou a atenção não foi o longa em si, mas sim os momentos pré-filme. Foi uma bela experiência, que me fez pensar nas contradições da vida (e garanto que o sargento Will não foi responsável por isso).
Domingo é um dia de poucas opções. Em uma metrópole como São Paulo, parecem existir duas: Faustão ou cinema. Sempre que possível eu opto pela segunda. Ao contrário da maioria das vezes, troquei o Cinemark do shopping Eldorado pelo Box Cinemas, do shopping Itaquera. Antes de qualquer coisa, quero deixar registrado que não tenho nenhum preconceito com ele, até gosto muito. As salas são grandes, a tela é enorme, as poltronas confortáveis. Tudo por um preço muito justo (R$ 6,50 a meia, em um domingo, depois das 17h). O único segredo é saber O QUE assistir lá. E foi nesse ponto que minha experiência começou.
O primeiro sinal foi a ausência de cartaz sobre o filme. Ele só aparecia por alguns segundos na tela eletrônica, em meio a filmes como “High School Musical: O Desafio”. Logo depois, nenhuma fila na entrada da sala. E, conseqüentemente, sala completamente vazia. A primeira coisa que veio na cabeça foi: impossível. Mas logo tudo se esclareceu. É uma questão socioeconômica. Não tem segredo. Lá, onde o cinema é freqüentado, em grande parte, por adolescentes na faixa dos 15 anos, ninguém está interessado em assistir ao filme ganhador do maior prêmio do cinema. Aliás, como assim “Lua Nova” não ganhou o Oscar?
Lembrei do dia que fui assistir a um blockbuster (não me recordo qual). A sala estava terrivelmente cheia. As pessoas tiravam fotos e batiam palmas a cada cena. Era como um grande evento. Durante “Guerra ao Terror” não se ouvia nenhum som.
Não é preconceito. Muito pelo contrário. Percebi que a minha filosofia de vida não está tão errada assim. Viver em sociedade exige respeito pela realidade de cada um e, mais que isso, exige saber se adaptar a cada realidade.
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