29 março 2010

Sobre o amor Parte 2

Mas, afinal, o que é o amor? O que uma pessoa sente que a faz ter certeza de amar alguém?

E paixão, o que é?

Já quando alguém diz: gosto de você. O que isso significa? Ou simplesmente significa que gosta de você, sem questionamentos profundos, sem porquês?

Racionalizar sobre sentimentos e dedicar muito tempo a eles é coisa de mulher? É besteira? Nos últimos tempos da minha vida tenho recebido boas provas que me levam a responder um sonoro NÃO a essas duas últimas questões.

Como toda pessoa comum, em formação, eu costumava categorizar tudo o que via pela frente. O amor era isso e não aquilo. As pessoas eram de uma forma ou de outra. Alguém era bom ou mau. A fecilidade era uma coisa e não outra. A vida era linear e romanticamente simples. Não preciso dizer que todos esses pré-conceitos caíram por terra. Eu, que já detestava julgar, fiz desse princípio meu tema de vida.

Não classificar as pessoas em caixinhas me fez entender muito sobre tanas coisas. Me faz entender porque casais de quinze anos podem realmente se amar, mesmo que pareçam novos pra isso. Porque algumas pessoas têm tanta convicção que amam e outras que não amam. Porque o amor passa por cima de tudo. Porque as pessoas abrem o mais profundo que existe em seus corações para outrem. Porque um sentimento forte acaba de repente. Porque um sentimento nasce de repente. Porque alguém se transforma de desconhecido a grande amor. Porque as pessoas tem tanto medo de magoar. Porque mentem. Porque traem. Porque uns são tão fracos e outros tão fortes. Porque alguns namoram cinco anos e acabam e outros três meses e casam. Porque um beijo pode ter mais valor que todo o ouro do mundo. Porque as pessoas insistem em algo que tem indícios fortes de ruir. Porque o coração dispara e a mão treme ao ver alguém e nada acontece ao ver outra. Porque nos interessamos por alguém e não por outro. Porque acreditamos no amor a ponto de nos machucarmos ao extremo. Porque a única forma de compreender totalmente o outro é sentir o mesmo que ele. E porque fazemos tudo isso de novo e outra vez. E porque, mesmo depois da pior desilusão amorosa, voltamos a acreditar no amor.



E talvez, um dos mistérios do amor e de seus sentimentos adjacentes, seja o fato de sentir uma leve felicidade, quase imoral, por escrever sobre todas essas coisas e mesmo assim continuar sem entendê-las. Pode ser pela certeza que mora em mim, de que os sentimentos do mundo sempre terão uma surpresa esperando na proxima esquina, mesmo quando eu achar que já descobri todos os mistérios, a vida irá me  mostrar que os mistérios da felicidade são grandes o bastante para preencher toda uma vida.

Um comentário:

  1. Quem somos nós meros mortais para racionalizar o que não tem razão, amor por amor. Desilusão do que tentou desesperadamente acreditar que era o que tanto falam, esse tal amor. A melhor resposta que encontrei foi: você vai saber quando for. E se for, ficará ainda mais difícil defini-lo, porque é diferente de tudo que você já ouviu falar. Pelo menos creio eu, já que ainda não o encontrei.

    muito bom o(s) texto(s), me inspirou. ;)

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