29 março 2010

Sobre o amor Parte 1

Em meio a trabalhos de faculdade, textos pra ler e jobs na mesa, dou uma pausa para falar de um assunto que tem povoado 99% dos meus pensamentos, de todas as formas possíveis. É algo um tanto quanto complicado de falar, um daqueles temas que, quando queremos exteriorizar, falamos por meias palavras, usando parábolas e exemplos que parecem não ter nada a ver com a nossa realidade, mas que no fundo é exatamente o que estamos vivendo. Por esse motivo esse seja talvez o texto mais sincero que eu já escrevi e publiquei. Sim, há outros que nunca serão compartilhados. Mas esse, sabe-se lá porque, merece uma atenção especial.


O amor.
O maior clichê da humanidade.

Como é complicado, e muitas vezes enfadonho, falar e ler sobre o amor. E talvez seja simplesmente pela agonia de tentar entender algo que nunca ninguém conseguiu explicar. E também pela ânsia em ver na boca de outrem palavras que podiam ter saído da nossa boca. Ou simplesmente a incapacidade de entender sentimentos quando a ausência deles impera em nós.
E é justamente nesse momento da vida pelo qual, acredito eu, todos passam, que nos vemos diante de aceanos de pensamento, do estilo: deve ter algo de errado comigo. Como posso não sentir nada. Como pode existir ausência de amor? Como posso não conseguir derramar sequer uma lágrima, mesmo precisando disso?
E, acreditem em mim, esse momento existe. Mesmo com as pessoas que se dizem mais românticas. Nenhum coração reage bem à dor. Ele sempre vai rebater com a ausência de sentimento. Isso não significa nada além de um escudo invisível contra mais sofrimento. É bem difícil de entender, mas fica claro como água quando se vive algo assim.

Comecei a pensar nessas coisas todas do coração e agrupá-las melhor na cabeça quando tive uma conversa muito esclarecedora, na qual o amor foi definido, muito sabiamente, como um fluxograma:
Eu gosto de você > você gosta de outra > que gosta de outro >
E por aí vai. A conclusão óbvia é o quão difícil é fazer a setinha virar pra gente. Como é raro e praticamente impossível amar e ser amado.
Não estou falando de namoros longos, casamentos de uma vida. Nada disso necessariamente significa um relacionamento pautado no amor. O nome disso é comodidade, paixão, medo, insegurança, carinho, companherismo e muitos outros sentimentos bons ou ruins.
O que quero dizer é que, ao contrário do que pensei durante quase a vida toda, o amor talvez não seja totalmente descoberto até que se perca. Que outra razão teria para tantas pessoas arrependidas e desesperadas ao final de relacionamentos que julgavam nem serem tão importantes. No começo pode ser por uma série de razões, como as citadas acima. Mas quando a pessoa vê os meses e anos passarem e aquela convicção continua viva em seu coração, aí eu me pergunto: será isso o verdadeiro amor?

Esse pensamento pode levar a uma conclusão fatalista: o amor está predestinado a nunca ser concretizado. Afinal, se descobrimos apenas o quanto amamos alguém quando perdemos e se não conseguimos reconquistar esse amor, que outra certeza pode-se ter senão que o amor é platônico, por definição?
Posso falar o que acho? Que nem eu, nem ninguém, tem a resposta para essa pergunta. E, se leu até aqui na esperança de encontrar algo novo, uma nova visão ou, quem sabe, um simples escape, desculpe, mas vou ter que decepcioná-lo.

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